Simulação de Neymar com a camisa do Al-Hilal (Twitter/Fabrizio Romano) |
Frustração é a palavra que melhor descreve este momento. Confesso ainda não acreditar que, aos 31 anos, Neymar abandona o cenário competitivo do futebol e faz as malas rumo à Arábia Saudita.
O sentimento é intenso não pela transferência em si, até porque compreendo os esforços para o crescimento do mercado árabe e a dificuldade de se recusar um caminhão de dinheiro, mas sim, por tudo que o maior talento brasileiro da geração poderia se tornar e o que de fato se tornou.
A verdade é que, desde o ingresso de Neymar no projeto do PSG, não vimos mais aquele garoto alegre e que fazia brilhar os olhos de quem estivesse lhe assistindo. Há muito tempo, as notícias veiculadas sobre o atleta tratavam sempre de lesões e novelas extra campo, raríssimas vezes do seu desempenho dentro das quatro linhas.
Arrisco dizer que a mudança para o Oriente Médio foi a opção que restou para Neymar. Apesar do seu talento inquestionável, nenhum outro clube estava disposto a fazer loucuras por um atleta que não parece mais focado no futebol. Até mesmo o Barcelona, onde viveu seu auge e ficou conhecido pelo mundo inteiro, apresentou certa recusa em sua volta. Entretanto, o único responsável por estar onde está hoje é o próprio Neymar.
É triste por tudo aquilo que pudemos projetar para a sua carreira. É verdade que foi peça fundamental para o título da Champions League e o primeiro ouro olímpico do futebol para o Brasil, mas o Menino da Vila tinha potencial para fazer muito mais. Com maior dedicação e melhores escolhas, Neymar poderia muito bem marcar o nome na história do esporte e se tornar ídolo indiscutível da nação brasileira.
Seu contrato com o Al-Hilal tem duração de duas temporadas. Aos 34 anos, talvez vejamos um retorno à Europa e uma grande remontada na sua história, mas, pessoalmente, desacredito muito.